27 novembro 2006

Património V - Centro Paroquial




Época Construção

Séc.XV (conjectural ) / XVI / XIX

Cronologia

Séc. 15, início - primeiras referências documentais à família dos Pato, sabendo-se que morava então em Alcochete Gonçalo Fernandes Pato que teve dois filhos, Martim Viegas Pato e Brites Gonçalves Pato; Séc. 16 - já existia o edifício, pertença da família Pato, apenas com dois pisos, anexos de cavalariças, pátio do cavalos e armazéns situados na antiga R. das Canas; séc. 19 - o antigo Solar é pertença da família Nepamuceno de Aldeia Galega, sendo então acrescentado um 3º piso e provavelmente o actual terraço e as ferrarias forjadas; a casa já não compreendia os edifícios baixos dos armazéns e o pátio dos cavalos era então um jardim; sec. 19, último quartel - passou para a posse de José Estevão de Oliveira e de Adelina de Carmo Oliveira, filha do Comendador Estevão António de Oliveira Júnior; séc. 20, inícios - adquirido por António Dias Gouveia e sua mulher Maria Eugénia de Oliveira Gouveia (irmã da anterior proprietária então casada com Joaquim Gomes de Carvalho); após a morte do casal a casa passou a Maria dos Prazeres Dias de Gouveia Abrantes que o deixou em herança a seu filho António Gouveia Abrantes; séc. 20, década de 70 - por morte do anterior proprietário passou para a sua viúva Maria Aliete de Gouveia Abrantes.
Tipologia
Arquitectura civil, quinhentista, pombalina, oitocentista. A espessura das paredes bem como as vigas de carvalho sob os arcos da casa dos Carros atestam a sua antiguidade. O tratamento independente dado aos dois primeiros registo do corpo principal e a diferença na espessura dos muros comprovam que, de início, o edifício não possuía o terceiro piso que lhe foi acrescentado já no séc. 19, numa solução de compromisso entre a estética pombalina - as janelas de sacada com gradarias de ferro forjado - e oitocentista com laivos de revivalismo na moldura em arco quebrado das janelas.
Características Particulares
Um dos solares renascentistas ainda existentes em Alcochete, apesar de muito alterado, evidenciando um notável rigor na disposição dos alçados, simétrica e ritmicamente rasgados de sóbrios vãos, animados apenas pelos varandins em ferro forjado.

25 novembro 2006

Património IV - O Pelourinho



Época Construção

Séc. XVI / Idade Moderna

Cronologia

"1450 - período de grande desenvolvimento da vila incrementado pelo Infante D. Fernando, Duque de Viseu, irmão de D. Afonso V, 12º Grão Mestre da Ordem de Santiago e pai de D. Manuel; 1515, 7 de Janeiro - D. Manuel deu-lhe foral; data provável de construção do pelourinho; 1955 - parte da coluna do pelourinho encontrava-se no átrio dos Paços do Concelho; 1969 - a Câmara manifestou interesse em reconstruir o pelourinho, integrando-o no largo onde inicialmente estivera; 1988 - a totalidade do pelourinho perdeu-se existindo apenas um fragmento da parte superior do fuste"


Património III - Sociedade Imparcial



Época Construção

Séc. XV (conjectural) XVI / XVII / XIX

Cronologia

"Séc. 15 - Vasco Gil Moniz, filho de Gil Anes escrivão da puridade do condestável, casa-se com D. Leonor de Lusignan, filha de Febo de Lusignan (filho bastardo de João II, rei de Chipre), dando origem ao ramo dos Monizes Lusignano; D. Leonor de Lusignan viera de Aragão enquanto dama de D. Isabel mulher do Infante D. Pedro; Séc. 15 / 16 - construção do Solar dos Monizes de Lusignano; Séc. 18 - o proprietário do Solar é Nuno Álvares Pereira Pato Moniz (1781 - 1826), poeta e grande amigo de Bocage; Séc. 19 - existiam em Alcochete duas sociedades musicais de que faziam parte elementos das famílias dos Cebola, Nunes e Grilo; 1802 - fundação da primeira "Philarmonia" de Alcochete; Séc. 19, meados - elementos destas famílias constituem o 1º grupo musical da vila chamado "Sociedade de Recreio"; 1895, 25 de Setembro - extinto o Concelho de Alcochete que é anexo ao de Aldeia Galega; 1898, 13 de Janeiro - Decreto de restauração do concelho de Alcochete com as freguesias de Alcochete e Samouco; quinze dias dantes da restauração do Concelho a Sociedade passa a chamar-se "Sociedade de Recreio 15 de Janeiro"; data provavelmente deste tempo a reconstrução do edifício, tendo-se demolido em grande parte o antigo Solar (destruída a escada de pedra que dava ingresso ao amplo salão e entaipadas as colunas da entrada); antes de passar para a posse da Sociedade o último proprietário fora Carlos Augusto Nunes; um dos sócios mais ilustres da Sociedade era o pianista João Baptista Nunes Júnior autor do Hino da Restauração do Concelho; 1913, Janeiro - é confirmada a existência da sociedade musical e baptizada com o nome actual; tinha inscritos então c. de 600 sócios; 1994, 6 de Março - inauguradas as novas instalações da sede musical."

Tipologia

"Arquitectura civil, renascentista, seiscentista, barroca, oitocentista. Edifício de raiz quinhentista, ou mesmo quatrocentista. A espessura das paredes no andar térreo, com c. de 70 c., atestam a antiguidade do imóvel. Do séc. 16 parecem subsistir alguns elementos como as diferentes colunas no interior e o portão que abre para a Rua do Comendador. Possui uma varanda do séc. 18 sobre o portão da fachada S., e um arco de abóbada no interior, da mesma época; a fachada principal adquiriu com a reforma oitocentista uma feição neo-classicizante."

Características Particulares

Um dos maiores edifícios da vila, só encontrando rival no Asilo Barão de Samora Correia e no Antigo Solar dos Soydos testemunhando a importância e grandeza do antigo solar. A sociedade foi no tempo uma escola artística que dominaria a vida cultural da vila durante vários anos. As estátuas em cerâmica da platibanda com paralelos das existentes na Casa dos Bustos



Património II - Ermida de Santo António de Ussa



Época Construção
Séc. XVI (conjectural) / XVIII
Cronologia
"1585 - os terrenos da Barroca, de origem terras da Coroa, encontravam-se na posse de Álvaro Afonso de Almada; 1619 - o fidalgo André Ximenes de Aragão, cavaleiro da Ordem de Cristo (6º filho de Duarte Ximenes de Aragão e de Isabel Rodrigues da Veiga e irmão de Fernão Ximenes de Aragão, rico mercador), institui, em testamento com sua mulher D. Maria Ximenes, um morgadio de 10 mil, cruzados que tinha como sede a Barroca d'Alva e importância de que era credor ao Duque de Bragança; a administração deste vínculo passou depois a um filho de nome Tomás e, por morte deste, a um seu sobrinho, Jerónimo; deste passou a outro sobrinho, Rodrigo Ximenes de Aragão e depois a seu neto Francisco Inácio Ximenes Coutinho de Aragão Barriga e Veiga; foi depois o morgadio herdado por Rodrigo Caetano Pereira Coutinho Barriga e Veiga seu filho bastardo; nesta altura já a maior parte das terras da Barroca tinham revertido para a Coroa; 1747 - Jácome Ratton (1736 -1822) chega a Portugal; 1767 - Ratton obtém da Coroa o arrendamento perpétuo das terras da Barroca e inicia no local uma plantação de amoreiras e criação de bichos-da-seda; procede ao arroteamento dos terrenos incultos, enxugo de pântanos, limpeza de valas, etc.; nos terrenos existia então, segundo o próprio Ratton, apenas uma ermida, dedicada a Santo António (2), com casa anexa em ruínas, que eram pertença da comenda de São Tiago de Alcochete; Ratton teria procedido ao restauro da ermida, mantendo as suas características (3); 1810 - perseguido por suspeita de colaboração com os franceses durante as invasões, Ratton exila-se em Inglaterra; durante a sua ausência será o seu filho Diogo Ratton a assumir a direcção dos negócios; senhor do Prazo da Barroca d'Alva, membro da Comissão de Obras Públicas e membro fundador da Sociedade Promotora da Indústria Nacional, conclui as obras do primitivo solar da Barroca, hoje desaparecido; 1876 - José Maria dos Santos, compra a Barroca e courelas anexas ao Barão de Alcochete, Jacques Léon Daupiás, filho de Bernard Daupiás, 1º Barão e 1º Visconde de Alcochete, casado com Emília Júlia Ratton, sua prima, e herdeira da Barroca por via paterna; 1913 - morre José Maria dos Santos passando a direcção dos seus negócios para o seu sobrinho António Santos Jorge pai do actual proprietário Samuel Lupi Santos Jorge."
Tipologia
"Arquitectura religiosa renascentista, maneirista. Edifício de planta circular, com cobertura em cúpula esférica, com protótipos italianos do alto renascimento, do tipo bramantino. Modelo invulgar no país, a capela enquadra-se na tipologia das cubas alentejanas aqui defendida por dupla cintura de muralhas ameadas. Os vestígios do pórtico de entrada, em frontão semicircular, conduzem sempre aos formulários italianizantes de quinhentos."
Características Particulares
Capela fortaleza sem paralelos conhecidos em Portugal, destaca-se pelo equilíbrio das massas e pela racionalidade geométrica da sua planimetria, constituindo aparentemente um exemplar único de puras formas renascentistas, divinamente enquadrado pela paisagem envolvente.

Património I - Biblioteca

Depois de ler um post no Blog "Praia dos Moinhos" sobre um dos edifícios condenados de Alcochete, vasculhei o site monumentos. pt e achei, novamente, a riqueza da nossa terra.
Não posso deixar de concordar com "Praia do Moinhos", " O património edificado deve ser respeitado." A nossa História não pode acabar desta maneira.
A Biblioteca
Época Construção - Séc. XV / XVI (conjectural)
Arquitecto, Construtor, Autor - Desconhecido
Cronologia
"Séc. 15, 2ª metade - D. João II e a corte por várias vezes estabeleceram residência em Alcochete; o Infante D. Fernando, enquanto Grão-Mestre da Ordem de Santiago a que a vila pertencia, reedificou-a, tendo muitos fidalgos, sob seu incitamento, aí construído os seus palácios, sendo Alcochete solar de muitas famílias nobres; é provável pois que este antigo solar de que se desconhece a data de construção e o nome dos primeiros proprietários, fosse edificado por esta época ou no século seguinte; séc. 18, início - este solar estava na posse de Estevão António de Oliveira, dito Estevão o Velho, pai do Comendador Estevão António de Oliveira Júnior; 1826 - o proprietário restaura o imóvel sobretudo a nível de interiores; por morte do proprietário passou a sua filha Gertrudes de Oliveira Simões que a deixou a um sobrinho conhecido por Estevinho; posteriormente foi vendido em hasta pública e remodelado a nível dos interiores para albergar vários inquilinos; 1971 - instalação no 1º andar da Biblioteca Municipal - Biblioteca fixa da Fundação Calouste Gulbenkian."
Tipologia

"Arquitectura civil, quinhentista, renascentista, maneirista, pombalina, oitocentista. Edifício solarengo de planta composta por casa com varanda alpendrada com colunas toscanas, e pátio murado com portão de fogaréus pombalino; subsistem alguns elementos de traço maneirista como o perfil de algumas portas e o tratamento das vergas de janelas conjugando-se com elementos já pombalinos e vernaculares como a platibanda de cerâmica elemento característico do burgo alcocheteano. Interiores muitos descaracterizados com portadas de finais de Oitocentos."