30 outubro 2008

Imparcial Futebol Clube Alcochete







Tenho por vezes, visitado o site da Torre do Tombo em busca de mais novidades relativas a Alcochete. Pois bem, existem algumas mais. Numa das sub-secções de uma das minhas pesquisas, encontrava-se uma Pasta na Torre do Tombo sobre Imparcial FC Alcochete que abaixo deixo alguns dados contidos no âmbito dos documentos.

Imparcial Futebol Clube Alcochete

1923-1995

Associação desportiva com equipa futebol, andebol, ténis de mesa, halterofilismo.Actualmente, os clubes desportivos são definidos por força de lei como pessoas colectivas de direito privado, que se reúnem sob a forma de associação com fins não lucrativos, tendo como objectivo o fomento e a prática de actividades desportivas. Afirmam-se como associação de direito privado e de utilidade pública, uma vez que servem os interesses dos seus associados e simultaneamente propõem um fim de interesse geral da comunidade onde estão inseridos.Os clubes ou associações desportivas locais são desde sempre entidades muito relevantes no panorama desportivo português, constituíram-se como uma espécie de centros de acolhimento propiciadores da possibilidade da prática desportiva. Os seus objectivos centram-se no fomento, orientação e apoio da prática das actividades desportivas que albergam (que apesar de constituírem por vezes um leque diversificado, não conseguem competir com o "apelo" do futebol, que é de facto o desporto que mais cativa associados e população em geral).O Imparcial Futebol Clube Alcochete foi fundado a 22 de Abril de 1923, com sede e campo de jogos em Alcochete. Inicialmente denominava-se Imparcial Foot-Ball Club Alcochete, o que denota a influência britânica e a importância maior da prática futebolística no clube. O futebol, importado de Inglaterra, adquiria neste período um cada vez maior número de adeptos.

A Direcção do IFCA era formada por nove elementos: o Presidente, o Vice-presidente, o Secretário, o Vice-secretário, o Tesoureiro e quatro Vogais. À Direcção cabiam as seguintes atribuições: dirigir o clube ao nível interno e externo; elaborar os regulamentos internos e levá-los à apreciação e votação da Assembleia Geral; aplicar sanções a eventuais irregularidades, resultantes do incumprimento do regulamento interno por parte dos associados; solicitar a reunião extraordinária da Assembleia Geral; apresentar em reunião da Assembleia Geral o relatório da conta de gerência; disponibilizar aos sócios as contas, documentos e os livros de escrituração nos oito dias antecessores à reunião da Assembleia Geral; no fim do mandato, apresentar à Assembleia Geral uma lista de sócios que pudesse suceder-lhe na Direcção; realizar as propostas para sócios "honorários"; resolver as situações não mencionadas nos estatutos ou regulamento interno; "…chamar a atenção do Conselho Técnico quando não concorda com as suas deliberações"; Resolver todos os casos omissos nos estatutos e regulamento interno.

O Conselho Fiscal ou Técnico era composto pelo Presidente, pelo Secretário e por um Vogal. Ao Conselho Fiscal deveria organizar as equipas desportivas do IFCA; debater e resolver assuntos técnicos (julgamos que seriam os relacionados com a prática desportiva ou regras); avaliar os equipamentos, a aptidão física e técnica dos atletas e substituindo-os quando necessário; as suas deliberações tinham que ser obrigatoriamente validadas pela Direcção.

28 outubro 2008

Mais um pedaço de História

O blogue “Praia dos Moinhos” alude, através de um dos seus autores, à História Alcochetana. Num excelente post, fruto de uma investigação nos arquivos municipais, Fonseca Bastos em Municipalismo de outrora, tenta seguir as pisadas dos “pormenores da nossa história contemporânea”.

Para seguir com atenção durante as próximas semanas.

15 outubro 2008

Alcochete estratégica







Arthur Wellesley (Duque of Wellington) foi o quarto filho do marquês de Mornington e de Ann Hill, a filha mais velha do visconde de Dungannon. Foi educado em Eton e na Academia Militar em Angers, na França. Iniciou a sua carreira militar nos aquartelamentos do Regimento 73 na Inglaterra. O seu Regimento estava então deslocado na Índia e, em abril de 1790, tomou assento no Parlamento Irlandês, vindo a atingir o posto de tenente-coronel em 1793. Em Junho do ano seguinte, participou na mal sucedida invasão dos Países Baixos, sob o comando do duque de York.

Wellington interveio com êxito em diversos combates e acontecimentos importantes, todos relacionados com a defesa da posição do seu país na ordem política internacional do seu tempo. Assim, participou na luta da Grã-Bretanha contra o bloqueio continental, combatendo as tropas francesas em Portugal e na Espanha na Convenção de Sintra, na vitória do Buçaco e na Batalha de Salamanca. Combateu as tropas francesas em Portugal e na Espanha, e, em 1814, travou com Soult a batalha de Toulouse.



Enviado a Portugal em 1808, derrotou as tropas invasoras de Napoleão e, no ano seguinte, expulsou os franceses do país e recebeu o título de visconde. A casa onde habitou, na aldeia da Freineda, enquanto ajudava à defesa da fortaleza vizinha de Almeida, que fora invadida pelos franceses, foi cuidadosamente preservada e é a melhor testemunha da passagem do Duque de Wellington por Portugal.
Obteve o triunfo final na península ibérica em Vitória, Espanha, em 1814, o que lhe valeu o título de primeiro duque de Wellington.



A História de Portugal desde o início do reinado de D. Maria I em 1777 até ao fim das Guerras Liberais em 1834 engloba um período histórico complexo no qual inúmeros acontecimentos políticos e militares levaram ao fim do regime absolutista vigente em Portugal e a instauração de uma monarquia constitucional no país.



Em 1807, Napoleão Bonaparte ordenou a invasão de Portugal, e subsequentemente a Família Real procurou refúgio no Brasil. Esta seria, aliás, uma das causas da declaração da independência do Brasil pelo Infante D. Pedro em 1822, depois de uma revolução liberal em Portugal.
No acordar do século XIX, Portugal tentava manter-se num equilíbrio entre as potências da Grã-Bretanha (o mais antigo aliado de Portugal) e a França, optando por uma política de neutralidade, continuando no entanto a beneficiar do comércio com os dois. Contudo, a França estava ansiosa por quebrar a Aliança Luso-Britânica por forma a fechar os portos portugueses a comerciantes britânicos. Consequentemente os franceses, através de uma série de tratados diplomáticos (Santo Ildefonso, Fontainebleau) acordou uma invasão de Portugal com a Espanha (que estava também ansiosa por recuperar o território perdido em 1640 com a restauração da independência de Portugal com o fim da união ibérica). Em Janeiro de 1801 um ultimato com cinco pontos foi enviado para Lisboa pedindo que Portugal:


Abandonasse a sua aliança tradicional com a Grã-Bretanha, fechando-lhe os seus portos;



Abrisse os seus portos a Espanha e França;



Oferecesse um quarto de Portugal continental como garantia da devolução de ilhas espanholas nas mãos dos britânicos (Trindade, Minorca e Malta);



Pagasse uma indemnização de guerra a Espanha e França;



Revisse os seus limites fronteiriços com a Espanha.




Se Portugal não cumprisse estes cinco pontos, seria invadido por Espanha, ajudada por 15.000 soldados franceses. Portugal, obviamente, recusou cumprir o ultimato, e a guerra foi declarada.

Sob o comando de Jean-Andoche Junot, as tropas francesas entraram em Espanha a 18 de Outubro de 1807, atravessando a Península e chegando à fronteira portuguesa a 20 de Novembro. Sem encontrarem qualquer tipo de resistência, chegaram a Abrantes no dia 24, a Santarém a 28, e finalmente a Lisboa no dia 30. No dia anterior a família real e a corte haviam fugido para o Brasil, transportados em navios britânicos. Portugal havia sido deixado a uma Junta de Regência provisória com ordens para não resistir.




Um ano depois, uma força britânica comandada por Arthur Wellesley (futuro Duque de Wellington) desembarca em Portugal, avançado sobre Lisboa. Um exército anglo-português consegue derrotar os franceses nas batalhas de Roliça e Vimeiro, forçando a Convenção de Sintra. Os franceses foram autorizados a retirar-se do país levando consigo todo o produto dos seus saques feitos em Portugal. A Convenção beneficiava, assim, os dois lados, já que os francesas haviam perdido a sua capacidade de comunicação com Paris e os britânicos e portugueses ganhavam o controlo sobre Lisboa. Com o armistício, França ganhou algum tempo e haveria de invadir Portugal uma segunda vez.




Em muitas missivas Wellington esgrimia as soluções de guerra e estratégia. Na imagem abaixo, Alcochete era um ponto estratégico em Outubro de 1810. (Clique para ampliar)




The Dispatches of Field Marshal the Duke of Wellington, K. G. During His Various Campaigns in India, Denmark, Portugal, Spain, the Low Countries, and France: From 1799 to 1818
Por Arthur Wellesley Wellington
Compilado por John Gurwood
Publicado por J. Murray, 1834


Wikipédia


Google Books

14 outubro 2008

Lenda de Alcochete - Transcrição





Pelos meados do século XVIII, vivia em Alcochete uma jovem muito piedosa chamada Conceição. Todos os pobres das redondezas a conheciam e estimavam. Ela era a sua benfeitora. A que se interessava pelos seus problemas. A que tentava minorar-lhes os sofrimentos e suprir-lhes as faltas.


Apesar de jovem e rica, Conceição não quisera casar. Estimava profundamente seu pai, capitão da marinha mercante, e desde que ele enviuvara a sua dedicação por ele redobrara de intensidade. Porém, o velho marinheiro não compreendia, ou antes, não achava bem aceitar o que ele pensava ser um sacrifício. E certo dia falou a Conceição.
Era a hora do crepúsculo. O velho marinheiro achou propício o momento.
— Filha, repara neste fim de dia!
Ela sorriu.
— É maravilhoso! O Sol está fazendo a sua despedida. Dentro em pouco virá a noite.É isso mesmo: o Sol desaparecerá. E a noite é a morte!
Não falemos em morte! A noite é apenas a ausência da luz.
O marinheiro suspirou. Olhava o horizonte, meio confundido com a sombra.
— Filha! Também eu estou caminhando para o ocaso. A morte espreita-me. E não desejaria que ela te deixasse sozinha.
Conceição entristeceu.
— Meu pai, por favor, não fale assim! Sabe quanto o estimo!
— Sei. E sei também que por minha causa não te queres casar.
Ela protestou:
— Não é por sua causa! Sinto-me bem assim.
— Mas eu tenho de olhar pelo teu futuro. Seria horrível, ficares só no mundo até fazeres a derradeira viagem!
Ela tentou gracejar.
— Que ideia a sua! Fez-lhe mal este fim de tarde!
— Dizes bem. Fez-me mal, porque também é um fim... e lembra-me o meu...
— Pai! Temos ainda muito tempo à nossa frente!
— Bem sabes que não.
— Ora!... Além disso... não vejo pretendentes que me interessem.
O marinheiro encarou a filha.
— Conceição, não digas tal!... Então o Rebelo... o Vasco... o Lopes da Maia... o Gastão...
A jovem interrompeu o pai:
— Por amor de Deus, não me fale no Gastão! Cada vez está mais herege! Chega a entristecer-me.
O velho marinheiro olhou um ponto vago. E sentenciou:
— Gastão é o meu melhor ajudante. Sem ele já não poderia fazer nada do que faço.
— Mas porque troça ele da Misericórdia de Deus?
— Julga-se superior por isso...
— E a imagem de Nossa Senhora que pedi para colocar no seu navio?
— Bem... Ele não concordou... Mas como quem manda sou eu, já está colocada na popa do barco.
Conceição abraçou o pai num gesto quase gaiato.
— Quanto me alegra essa notícia! Agora já ficarei mais tranquila quando o pai sair para o mar. Nossa Senhora há-de protegê-lo sempre!
— Deus te oiça!
E rindo:
— Se visses a cara do Gastão! Ficou furioso. Mas quem manda sou eu. Ele é o meu imediato, teve de obedecer-me!
Conceição abanou a cabeça.
— Faço ideia! Fartou-se de blasfemar!
Suspirou fundo e concluiu:
— Que Deus lhe perdoe e o esclareça!
Algum tempo passou. Veio o dia do comandante se fazer de novo ao mar. A atmosfera estava carregada, ameaçadora. Dizia-se que o navio não se libertaria do temporal anunciado pelas previsões dos mais antigos.
Conceição despediu-se do pai escondendo a sua preocupação. Foi com ele até ao cais. Avistou Gastão, que veio falar-lhe.
— É preciso partir para ter a dita de ver o rosto mais belo que até hoje me foi dado contemplar.
Ela sorriu, retorquindo:
— Leva consigo outro rosto ainda mais belo!
Curioso, ele perguntou:
— Qual poderá ser?
— O de Nossa Senhora, que meu pai mandou colocar à popa do navio.
Gastão deixou de sorrir. Franziu as sobrancelhas. E exclamou:
— Que pena a Conceição ser tão beata!
— Porque o lamenta?
— Porque, se o não fosse, faria de si a minha esposa.
Conceição atalhou, muito séria:
— Não penso casar-me. Por isso não lamente o que me dá tanta felicidade.
Gastão tentou gracejar:
— Não é felicidade, o que leio nos seus olhos: é preocupação.
Ela concordou:
— Na verdade, o estado do tempo preocupa-me.
— Por causa de seu pai?
— Por todos. Mas principalmente por ele.
— Deixe-o comigo! Prometo fazer tudo para que nada lhe aconteça. Ela estendeu-lhe a mão.
— Confio em si. Vou ficar em casa presa às notícias que me chegarem. O vento começava a levantar-se. Ao largo, uma barra de cor cinzento escura pressagiava tempestade. Conceição beijou o pai, recomendou-lhe cuidado, e voltou para casa.
No mar alto, as vagas cresciam como montanhas. O vento sacudia o navio. Quase toda a tripulação e os passageiros tinham recolhido. Os mais conscientes começaram a aperceber-se do perigo. O navio, já cansado de tanto sulcar os mares, parecia agonizante, enfraquecido ante a gigantesca procela. As ondas varriam o convés. Os poucos tripulantes que se conservavam na luta contra os elementos caíam, por vezes, desequilibrados pelo vento e pelo balanço do navio. Sentindo a gravidade do momento, o comandante arrastou-se até à popa para orar à imagem da Virgem. Vendo-o, Gastão enfureceu-se.
— Comandante, não é com palavras que nos salvamos! É preciso fazer alguma coisa!
Elevando a voz sobre a tormenta, o velho comandante replicou:
— Pois salvem-se! Eu morrerei no meu posto!
Gastão proferiu uma praga, exclamando:
— Não vê que não o deixarei morrer? Hei-de salvá-lo, custe o que custar!
Olhou a imagem colocada na popa e declarou:
— O peso dessa santa está a desequilibrar o navio. Vou deitá-la ao mar!
O comandante gritou:
— Proibo-te que o faças!
Gastão parecia o demónio gritando no temporal, o rosto encharcado pelos salpicos das vagas:
— Eh, rapazes, agora quem manda sou eu! Agarrem o velho! Não o deixem mexer-se! E tu, Inácio, encarrega-te de deitar a santa ao mar! Talvez com menos peso à ré, o barco endireite a proa.
O rapaz interpelado olhou o comandante, que esbracejava agarrado por outro marinheiro. Hesitou. Mas o imediato gritou-lhe colérico:
— Vamos! Porque esperas? É uma ordem!
Inácio avançou para a imagem de Nossa Senhora. Gritando, já rouco, o velho comandante sentenciou:
— O castigo do Céu cairá sobre todos vós, desgraçados!
Gastão vociferou:
— Velho beato! Pois não vês que é para teu e nosso bem?
E voltando-se para o marinheiro:
— Então? Quando acabas com isso?
— Vai já, pronto! Vou dar aos peixes a santinha! Que lhes faça bom proveito!
Nesse momento exacto, algo se passou de pavoroso. Ao atirar a imagem pela borda fora, Inácio desequilibrou-se, envolvido por uma vaga maior, e desapareceu no redemoinho das ondas com o seu precioso fardo. Mas logo outra onda ainda maior varreu o convés, fazendo inclinar o barco tão violentamente, que este em breve metia água. A tripulação que estava no convés sumira-se nas vagas. Dir-se-ia o fim do mundo, no choque tremendo dos elementos em fúria.
A essa mesma hora, em casa e defronte de uma imagem da Senhora da Conceição, a jovem filha do comandante, que pressentira o tremendo temporal, implorava, chorando:
— Senhora da Conceição, minha madrinha e protectora! Salvai o meu pai! Por tudo Vos peço! Se necessário for, ofereço-Vos a minha vida em troca da vida de meu pai e da salvação do Gastão, para que ele se arrependa, e creia em Vós e em Deus! Ele é bom! Apenas não foi criado no ensinamento de Deus! Salvai-os, Senhora, mesmo em troca da minha vida!
No mar continuava a tragédia. De súbito, porém, pela Vontade Divina, surgiu à superfície das ondas, agora menos revoltas, a imagem de Nossa Senhora da Conceição. E essa imagem arrastava consigo dois corpos desfalecidos: o do velho comandante e o do seu imediato. Vogava ao sabor das ondas, de segundo a segundo mais calmas. E a tempestade amainou. E a imagem de Nossa Senhora, arrastando os dois corpos desfalecidos, foi dar às Matas, entre Samora Correia e Alcochete.
Quando o povo teve conhecimento de tamanho prodígio, logo ali acorreu. Já reanimados, o comandante e o imediato do navio naufragado olhavam em volta, perplexos. Por fim, o velho homem do mar exclamou:
— Só nós dois nos salvámos! E foi graças a Nossa Senhora! Operou-se um milagre! Gastão, acreditas agora?
Perturbado, mal crendo na realidade, Gastão apontou a imagem:
— Olhe, meu comandante! Olhe bem para o rosto da santa!... Tem as feições da jovem Conceição!
O comandante olhou a imagem da Virgem Santíssima. Os seus olhos abriram-se num espanto. Era verdade. As feições de sua filha estavam marcadas no rosto da Mãe de Deus!
A nova correu célere. Procuraram a jovem em casa. Mas encontraram-na morta, sorrindo como quem parte, contente, para uma grande viagem! De facto, Conceição partira, porque oferecera a sua vida em troca da salvação do pai e daquele por quem o seu coração batia em segredo.
Os populares transmitiam de boca em boca o que acabara de acontecer. Levaram em procissão a imagem da Virgem, a quem já chamavam Nossa Senhora da Conceição da Popa, para a igreja matriz de S. João Baptista, em Alcochete.
No meio dessa multidão de fiéis que se juntavam de todos os pontos das imediações, caminhava um homem absorto, como sonâmbulo. Era Gastão, convertido, amargurado, desejando apenas penitenciar-se. Quem o via julgá-lo-ía orando. Mas quem mais se aproximasse ouvi-lo-ia exclamar.
— O rosto de Nossa Senhora é o rosto da Conceição! O rosto da Conceição! Acredito! Acredito no milagre! O rosto de Nossa Senhora é o rosto da Conceição!...

Padre João Rodrigues III

Joao Rodriguez

(GIRAM, GIRAO, GIRON, ROIZ).

Missionary and author, b. at Alcochete in the Diocese of Lisbon in 1558; d. in Japan in 1633. He entered the Society of Jesus on 16 December, 1576, and in 1583 began his missionary labours in Japan. His work was facilitated by his winning the esteem of the Emperor Taicosama. He studied the Japanese language ardently, and is particularly known for his efforts to make it accessible to the Western nations. His Japanese grammar ranks among the important linguistic productions of the Jesuit missionaries. Published at Nagasaki in 1604 under the title "Arte da lingoa de Japam", it appeared in 1624 in an abridged form at Macao: "Arte breve da lingoa japoa"; from the manuscript of this abridgement preserved in the National Library in Paris, the Asiatic Society prepared a French edition of the work: "Elements de la grammaire japonaise par le P. Rodriguez" (Paris, 1825). Rodriguez compiled also a Japanese-Portuguese dictionary (Nagasaki, 1603), later adapted to the French by Pagès (Paris, 1862).


RÉMUSAT, in Nouv. Melanges asiat., I (Paris, 1829), 354-57; GANSEN, in Buchberger=1Cs Handlexikon, s. v.

N.A. WEBER Transcribed by Thomas M. Barrett