07 junho 2006

Perda e Restauração do Concelho - Conclusão

Finalmente Nosso...

A 15 de Janeiro de 1898 é publicado, no Diário do governo, o Decreto que restaura 51 Concelhos, entre os quais o de Alcochete.

“(...)attendendo ás convenientes informações officiais e tendo em vista conciliar quanto possível as commodidades dos povos com superiores interesses da administração do estado(...)”.

O Século de dia 16 de Janeiro escrevia : “ Indescritível alegria d´este povo pela sua autonomia. As manifestações são geraes e ouvem-se muito vivas ao sr. José Luciano, assim como a todos que se interessaram por tão justa causa. (...) O caes está embandeirado para receber o vapor com todos os grandes influentes. A musica toca hymnos expressamente feitos para este dia pelos nossos amigos Baptista Nunes e Martineau. (...)”

A 25 de Janeiro foram eleitos, o Presidente D. António Luís Pereira Coutinho, o Vice-Presidente, José Luís da Cruz e os restantes vogais. Com a festa passada era necessário colocar mãos à obra de novo. De modo a fazer retornar tudo o que era do Município de direito, apresentou-se D. António Luís Pereira Coutinho em Aldegalega, com a missão de trazer para Alcochete os bens e arquivos do concelho restaurado.
Este acto originou um dos episódios mais marcantes do Processo de Restauração.

Conta Luís Santos Nunes in “O Concelho de Alcochete”

“(...) manifestação impar nos anais da nossa história, sem uma só defecção, o esperaram no limite do concelho, abaixo do convento de S. Francisco, nesse inesquecível dia de 30 de Janeiro de 1898, e em delirante triunfo, desatrelando os cavalos e puxando eles próprios o carro, o conduziram até Alcochete, com os documentos e títulos do arquivo camarário, que ele próprio fora buscar à sede do concelho de Aldegalega”.


Não consigo deixar de transcrever um excerto de um texto do Dr. Grilo, sobre este tema. O titulo do texto “Para os alcochetanos” e podem-no encontrar na sua totalidade aqui no Blog “Praia dos Moinhos”, e aproveito para desde já pedir perdão pelo “roubo” do link.

"Eram às dezenas, às centenas, talvez aos milhares, de toda a parte, cruzando-se e reeruzando-se, estalando ensurdecedoramente. A população do Concelho secundou a da Vila com o mesmo entusiasmo. Chorava-se de satisfação. Chorava-se de alegria. Nas ruas pejadas de gente, abraçavam-se uns aos outros. A filarmónica, reunida à pressa, percorreu as ruas da vila, no meio de muito povo, de muitos vivas, de muito fogo, tocando o «Hino da Restauração» esse Hino que um alcochetano compôs, (João Baptista Nunes Júnior) e que todos nós alcochetanos sabemos cantar e sentir. Ia, enfim, soar a hora da libertação!"

Fontes: "Memorias de um Concelho" e Blog "Praia dos Moinhos"


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