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A Patuleia foi um conjunto das lutas travadas em Portugal entre os Cartistas -
aqueles que defendiam ideias de tendência conservadora, tendo como ponto de
referência a Carta Constitucional de 1826, como Mouzinho da Silveira, Costa
Cabral e os duques da Terceira, de Saldanha e de Palmela - e os Setembristas -
liberais radicais também conhecidos por patuleias, representados por Passos
Manuel, José da Silva Passos e o visconde de Sá da Bandeira.
Em 1846,
ainda sob o efeito da revolta da Maria da Fonte, preparavam-se novas eleições
legislativas, que, tudo indicava, dariam a vitória à união de anticabralistas
radicais e moderados que tinham subido ao poder na sequência daquela revolta.
Contudo, nas vésperas dessas eleições, a rainha D. Maria II, apoiada pelos
marechais Saldanha e Terceira, desencadeia a 6 de outubro um golpe de estado
que ficaria conhecido por Emboscada. Nessa noite, o duque de Palmela, chefe do
Governo, é chamado ao paço de Belém, onde é obrigado a referendar os decretos
de exoneração do executivo existente e os de nomeação do que o iria substituir,
ficando virtualmente detido.
Lisboa acorda, assim, com um novo ministério e um novo rumo
político - nesse mesmo dia são suspensas as eleições, reintegrados os oficiais
que haviam sido afastados, feitas várias prisões, suspensas as cortes e os
jornais, tomando a rainha plenos poderes.
Numa
proclamação dirigida ao país, a rainha justifica a sua atitude com a
necessidade de salvar a Carta Constitucional de 1826, outorgada por seu pai, D.
Pedro IV, enquanto que Lisboa assiste passivamente ao desenrolar dos
acontecimentos.
A
oposição setembrista, politicamente mobilizada por causa das eleições que se
avizinhavam, reagiu energicamente, sobretudo fora da capital, defendendo
abertamente a deposição da rainha, tendo sido mesmo, entre os mais extremistas,
apoiada a proclamação da república. O duque da Terceira foi, então, enviado ao
Porto, na qualidade de lugar-tenente da rainha, por aquela cidade ser o grande
centro da oposição. Esperava-se que o prestígio do duque - como uma das figuras
mais respeitáveis e consideradas da causa liberal - impedisse qualquer
sublevação. Quando tomou conhecimento de que o duque da Terceira se encontrava
na barra, José da Silva Passos, mais conhecido por Passos José, prestigiado
liberal portuense, fez os sinos tocarem a rebate e mobilizou a população,
conseguindo inclusive a adesão da Guarda Municipal, de Infantaria 6 e de
Artilharia 3, entre outras tropas.
Enquanto
a cidade se enfurecia, Passos José acompanhou o duque da Terceira ao Castelo de
São João da Foz, onde ficou preso até ao fim da revolução.
Na Câmara
Municipal do Porto foi nomeada uma Junta Provisória do Governo Supremo do
Reino, presidida pelo conde das Antas, à semelhança do que tinham feito os
vintistas em agosto de 1820.
Um pouco
por todo o país, a rebelião estalou e, em poucos dias, o país setembrista
estava de armas apontadas contra a traição da Corte. Iniciou-se a campanha
militar com o avanço das forças revolucionárias sobre Lisboa, que Saldanha
conseguiu travar em Torres Vedras.
Entretanto,
instalou-se de novo a agitação popular e assistiu-se ao renascer da causa
miguelista, chegando a proclamar-se, em alguns lugares, a monarquia absoluta. O
brigadeiro Macdonell assumiu então o comando das tropas miguelistas.
No Porto,
os chefes setembristas aventaram a hipótese de uma aliança com os absolutistas,
chegando a correr boatos de que D. Miguel estava a caminho do país e que os
revoltosos o aceitariam como rei constitucional. Isto iria servir de pretexto
ao Governo de Lisboa para pedir a intervenção de Espanha, ao abrigo do Tratado
da Quádrupla Aliança de 1834.
A
Inglaterra, no entanto, opunha-se à intervenção espanhola e dispôs-se a enviar
uma esquadra para proteger a pessoa de D. Maria.
Entretanto,
uma expedição naval levou uma divisão patuleia para o Algarve, de onde seguiria
para Lisboa. A divisão chegou a Setúbal, sem nenhuma oposição, onde se manteve.
As
dificuldades do Governo aumentavam de dia para dia: fome em Lisboa, atmosfera
de pânico um pouco por todo o reino, etc. A rainha e o marido, D. Fernando,
insistiam numa intervenção inglesa - assim, uma esquadra inglesa aprisionou a
armada rebelde quando esta partia para Lisboa com cerca de dois mil homens.
Simultaneamente, duas divisões espanholas entraram pelo norte do país, ocupando
a cidade do Porto.
Na falta
de um acordo político, a intervenção estrangeira ditou os termos da Convenção
do Gramido (29 de junho de 1847), que terminava com oito meses de guerra civil.
A 5 de Novembro de 1846, manda D. Maria II que se organizem duas companhias, em locais onde existem já forças armadas e organizadas. Uma delas em Alcochete, cujo capitão e administrador do Concelho seria Francisco Rodrigues Cebola.
Sem que fontes directas que indiquem que a criação das companhias, possam estar relacionadas com a Patuleia, os timings acertam-se entre a Emboscada e a sob o efeito ainda efeito Maria da Fonte.
Fontes: Infopedia e Google Books
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