25 setembro 2007

Peste Negra




"Peste negra é a designação por que ficou conhecida, durante a Idade Média, a peste bubónica, pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou em torno de 25 a 75 milhões de pessoas, pois alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões de pessoas, um terço da população da época. A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos ratos-pretos (Rattus rattus) ou outros roedores.
Em Portugal a peste entrou no Outono de 1348. Matou entre um terço e metade da população, segundo as estimativas mais credíveis, e entretanto reduziu a nação ao caos. Foram inclusivamente convocadas as Cortes em 1352 para restaurar a ordem.
Um dos efeitos indirectos da peste em Portugal seria a revolução após o reinado de D. Fernando (Crise de 1383-1385). Este interregno, mais que uma guerra civil pela escolha de novo rei, terá antes sido a luta da nova classe de pequena nobreza e burguesia que subira a escada social aproveitando as oportunidades após os desequilíbrios sociais provocados pela peste, contra o "antigo regime" desacreditado, a enfraquecida e esclerótica alta nobreza que presidira à catástrofe e cujos titulares, nascidos e criados nos anos da doença, não terão adquirido as capacidades necessárias à governação eficaz. De facto esta elite da alta nobreza, clero e Casa Real, terá respondido à substancial perda de rendimentos e aumento de custos de mão de obra devido à peste com maior autoritarismo e tirania. Assim se explica a tendência desta frágil alta nobreza de se aliar com a sua também atacada congénere castelhana.
A peste, que nunca antes existira na Península Ibérica, voltou a Portugal várias vezes até ao fim do século XVII, ou seja sempre que nasciam suficientes novos hóspedes não imunes. Nenhuma foi nem remotamente tão devastadora como a primeira, mas a Grande Peste de Lisboa em 1569 terá matado 600 pessoas por dia, ao todo 60 000 habitantes da cidade terão sucumbido. A última grande epidemia foi em 1650. No entanto, no seguimento da Terceira Pandemia a peste foi importada para o Porto em 1899 do Oriente (provavelmente de Macau onde grassou desde 1895 até ao fim do século). A epidemia do Porto foi estudada por Ricardo Jorge, que instituiu as medidas de Saúde Pública necessárias, e que a conseguiram limitar."

Quando em 1527 mais uma epidemia assolava a capital e novo surto despontou em Castela em 1533, D.João III ordenou a colocação de um guarda em Alcochete. A este disposto régio, a vereação da Câmara Municipal decidiu nomear um guarda-mor de modo a proteger a povoação e a 21 de Julho de 1569, decidiu proibir que todos os barqueiros que viessem de Lisboa que aportassem ou entrassem na vila sem que antes tivesse decorrido dez dias e de serem examinados por um médico.






"acordo sobre as barcas que vão a llisboa que não
venham ao porto desta villa senão a pomta da estada

E lloguo na dita vereacão pellos ditos oficiaes e mais pesoas da guouernamca da villa que forão chamadas per campa tãogida de perguão dado pello porteyro do comcelho que todo o barqueyro que llevar llenha e toio a cidade de llisboa que não venha desembarcar ao porto desta villa nem amarem as barcas ao porto desta villa e se uão desembarcar a pomta da estrada e lla amarem as ditas barcas ao pinheyro que seia da quintam e marynha de Jam de bryto pera alem E quamto as da pomta da estada sera da pomta da estada pera demtro pello assim declara amtonio fernamdez barqueyro que ally se podiam estar mjlhor E quamto aos barqueyros que nas ditas barcas andarem assim aRazes como parseiros que não entrem nesta villa senão amdamdo dez dias sem Jrem a llisboa E sem embargo diso não emtrarão sem llisemsa do senhor garda moor E sem parecer do Lisemceado E fizico desta villa E jsto compena de dous mjll rees E vimte dias da cadea a metade pera quem o acuzar E a outra metade pera as guardas E allcaide desta villa E declarão que sem embargo do aRiba dito que todo o barqueyro que a llisboa ouuer de Jr quer com barca caregada quer vazia não va sem llisemsa E escryto do dito guarda mor quall sera visto per Jam bernalldez a emtrada E quamdo o senhor guarda moor não estiuer na tera será de Jam bernalldez E o dia achegar a cada hum destes portos estarão em degredo seis dias E Jmdo nestes ditos seis dias cada hum delles a llisboa tornarão a tirar outro escryto e Jso sob as mesmas penas asima ditas E quamto a barca de careyra semdo caso que seia nesesaryo Jr (…) llisboa (…) om va sem se fazerem os Jizames nesesaryos E se forem com o dito Jzame sera quimta feyra E Jsto sob a mesma pena E assim declarão mais aos ditos aRazes que toda a barca que vier com trygo do taroall venha ao porto desta villa sob as mesmas penas asima declaradas E eu manoell pereyra que espreuy E amtrelinhey a llisboa o que fiz por verdade."

Fontes: Wikipedia, "Monografia do Concelho de Alcochete"

2 comentários:

Anónimo disse...

GOSTEI DO QUE LI.
CONTINUE.
P.CARLOS RUSSO

Anónimo disse...

JÁ AGORA VEJA O SANTUARIO MARIANO DE FREI AGOSTINHO DE SANTA MARIA, NA PAGINA 404.
P.CARLOS RUSSO