Já fora do concelho de Alcochete, a Atalaia diz-nos muito enquanto alcochetanos, quer por proximidade, quer por devoção reliogiosa. Encontrei na Wikipédia um texto que não foi verificado, mas que por curiosidade o coloco no blog. Se o leitor encontrar algum erro, ou queira deixar a sua opinião, a caixa de Comentários está sempre disponivel. Pode também contribuir para alcochetano@gmail.com
A Atalaia possui dois dos mais emblemáticos monumentos do concelho: a Igreja/Santuário de Nossa Senhora da Atalaia e o Cruzeiro da Atalaia.
A primeira, cuja fundação pensa-se ser responsabilidade dos empregados da Alfândega de Lisboa, aquando de uma Peste, data de 1507. Contudo, os registos mais antigos desta Igreja surgem só por volta de 1525, por ocasião de uma visita da Ordem de Santiago. Edifício maneirista, foi reedificado no século XVIII. Também desse século são os azulejos azuis e brancos, que revestem as paredes interiores e ilustram cenas da vida da Nossa Senhora. Quanto ao cruzeiro, mandado erguer pela Confraria de Lisboa em 1551, é feito de pedra lioz e apresenta um estilo gótico-bizantino. O culto a Nossa Senhora da Atalaia tem origem numa lendária aparição da Virgem, no topo de uma aroeira e junto à fonte que, depois, se tornou santa. Tal prodígio, cedo se tornou ponto de atracção de uma concorrida romaria, construindo-se, então, um primeiro edifício religioso, em cujo altar se colocou uma imagem de Nossa Senhora. Até ao momento, não foi possível identificar a exacta cronologia destes acontecimentos, mas é certo que, nos inícios do século XVI, o culto à Virgem da Atalaia era já bastante importante, a ponto de os oficiais das alfândegas se obrigarem a fazer uma romaria anual logo em 1507 (FONSECA, 1944, p.6). Por outro lado, e tendo em conta algumas informações do século XIX, alguns círios (dos muitos que se desenvolveram em torno da devoção) reclamavam ser anteriores ao reinado de D. Manuel (COSTA, 1887, p.31). Finalmente, temos indicação de que, por 1540, concluía-se a cobertura da fonte santa, a expensas da Câmara de Alcochete. Com base nestas indicações, fácil se torna sugerir que a primeira metade de Quinhentos terá sido um período de forte incremento do culto na Atalaia, eventualmente relacionada com a própria afirmação das vilas de Alcochete e de Aldeia Galega enquanto sedes concelhias, sem esquecer a conjuntura religiosa da época, fértil em novos cultos, marcados pela modernidade, em detrimento das antigas devoções baixo-medievais. A construção do principal cruzeiro no adro do Santuário não escapa a estas condicionantes e a sua cronologia reflecte bem o período de apogeu que, então, o monte da Atalaia viveu. Construído em 1551, conforme dupla inscrição na base da cruz, ficou a dever-se à confraria de Lisboa, certamente uma das mais importantes (senão, mesmo, a mais importante) de quantas chegaram a constituir-se. O monumento compõe-se de duas partes distintas. Ao centro, ergue-se o cruzeiro propriamente dito, com representação escultórica de Nossa Senhora da Piedade, numa das faces, e Cristo na Cruz, noutra, ambas repousando num capitel que, por sua vez, assenta sobre uma coluna monolítica de base rectangular. A envolver o cruzeiro, existe uma estrutura quadrangular alpendrada, suportada por quatro colunas e rematada em cúpula, por sua vez sublinhada por pináculos triangulares nos ângulos. O grupo escultórico é o principal elemento deste monumento, apesar de se encontrar em mau estado de conservação e, em algumas partes, truncado. A Piedade constitui uma das cenas mais representadas em cruzeiros deste género, razão por que aparece em primeiro plano, a todos quantos cheguem à Atalaia; na face voltada ao santuário, retratou-se a Crucificação, completando, desta forma, os dois momentos essenciais da Praixão de Cristo. No conjunto, merece também destaque o capitel que suporta este conjunto escultórico, onde se inseriu um pequeno laço terminando em volutas, composição que, pela técnica fina de execução e pela forma, se integra nitidamente no vocabulário renascentista. Até 1987, o nível do terreno esteve à altura das bases das colunas, tendo-se, nesse ano, desafrontado o monumento e construído a actual caixa de cimento que o protege. Esta foi a solução encontrada para fazer face à constante subida da cota do terreno, particularmente gravosa nas últimas décadas, em consequência do notório abrandamento do culto dos círios no arraial. Do grupo de cruzeiros da Atalaia fazem ainda parte outros dois, colocados lateralmente ao santuário, respectivamente nas estradas para Pegões e Alcochete. São elementos posteriores ao primeiro, provavelmente do século XVII (um deles possui a inscrição de 1669) e testemunham o carinho com que os vários círios - forma de religiosidade colectiva, assente na romaria, que dispensa a intercessão de ministros da igreja (MARQUES, 1996, p.55) - foram enriquecendo a aldeia de referentes religiosos, para lá das suas próprias casas de acolhimento, que rodeiam ainda o arraial.
A primeira, cuja fundação pensa-se ser responsabilidade dos empregados da Alfândega de Lisboa, aquando de uma Peste, data de 1507. Contudo, os registos mais antigos desta Igreja surgem só por volta de 1525, por ocasião de uma visita da Ordem de Santiago. Edifício maneirista, foi reedificado no século XVIII. Também desse século são os azulejos azuis e brancos, que revestem as paredes interiores e ilustram cenas da vida da Nossa Senhora. Quanto ao cruzeiro, mandado erguer pela Confraria de Lisboa em 1551, é feito de pedra lioz e apresenta um estilo gótico-bizantino. O culto a Nossa Senhora da Atalaia tem origem numa lendária aparição da Virgem, no topo de uma aroeira e junto à fonte que, depois, se tornou santa. Tal prodígio, cedo se tornou ponto de atracção de uma concorrida romaria, construindo-se, então, um primeiro edifício religioso, em cujo altar se colocou uma imagem de Nossa Senhora. Até ao momento, não foi possível identificar a exacta cronologia destes acontecimentos, mas é certo que, nos inícios do século XVI, o culto à Virgem da Atalaia era já bastante importante, a ponto de os oficiais das alfândegas se obrigarem a fazer uma romaria anual logo em 1507 (FONSECA, 1944, p.6). Por outro lado, e tendo em conta algumas informações do século XIX, alguns círios (dos muitos que se desenvolveram em torno da devoção) reclamavam ser anteriores ao reinado de D. Manuel (COSTA, 1887, p.31). Finalmente, temos indicação de que, por 1540, concluía-se a cobertura da fonte santa, a expensas da Câmara de Alcochete. Com base nestas indicações, fácil se torna sugerir que a primeira metade de Quinhentos terá sido um período de forte incremento do culto na Atalaia, eventualmente relacionada com a própria afirmação das vilas de Alcochete e de Aldeia Galega enquanto sedes concelhias, sem esquecer a conjuntura religiosa da época, fértil em novos cultos, marcados pela modernidade, em detrimento das antigas devoções baixo-medievais. A construção do principal cruzeiro no adro do Santuário não escapa a estas condicionantes e a sua cronologia reflecte bem o período de apogeu que, então, o monte da Atalaia viveu. Construído em 1551, conforme dupla inscrição na base da cruz, ficou a dever-se à confraria de Lisboa, certamente uma das mais importantes (senão, mesmo, a mais importante) de quantas chegaram a constituir-se. O monumento compõe-se de duas partes distintas. Ao centro, ergue-se o cruzeiro propriamente dito, com representação escultórica de Nossa Senhora da Piedade, numa das faces, e Cristo na Cruz, noutra, ambas repousando num capitel que, por sua vez, assenta sobre uma coluna monolítica de base rectangular. A envolver o cruzeiro, existe uma estrutura quadrangular alpendrada, suportada por quatro colunas e rematada em cúpula, por sua vez sublinhada por pináculos triangulares nos ângulos. O grupo escultórico é o principal elemento deste monumento, apesar de se encontrar em mau estado de conservação e, em algumas partes, truncado. A Piedade constitui uma das cenas mais representadas em cruzeiros deste género, razão por que aparece em primeiro plano, a todos quantos cheguem à Atalaia; na face voltada ao santuário, retratou-se a Crucificação, completando, desta forma, os dois momentos essenciais da Praixão de Cristo. No conjunto, merece também destaque o capitel que suporta este conjunto escultórico, onde se inseriu um pequeno laço terminando em volutas, composição que, pela técnica fina de execução e pela forma, se integra nitidamente no vocabulário renascentista. Até 1987, o nível do terreno esteve à altura das bases das colunas, tendo-se, nesse ano, desafrontado o monumento e construído a actual caixa de cimento que o protege. Esta foi a solução encontrada para fazer face à constante subida da cota do terreno, particularmente gravosa nas últimas décadas, em consequência do notório abrandamento do culto dos círios no arraial. Do grupo de cruzeiros da Atalaia fazem ainda parte outros dois, colocados lateralmente ao santuário, respectivamente nas estradas para Pegões e Alcochete. São elementos posteriores ao primeiro, provavelmente do século XVII (um deles possui a inscrição de 1669) e testemunham o carinho com que os vários círios - forma de religiosidade colectiva, assente na romaria, que dispensa a intercessão de ministros da igreja (MARQUES, 1996, p.55) - foram enriquecendo a aldeia de referentes religiosos, para lá das suas próprias casas de acolhimento, que rodeiam ainda o arraial.
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