15 outubro 2008

Alcochete estratégica







Arthur Wellesley (Duque of Wellington) foi o quarto filho do marquês de Mornington e de Ann Hill, a filha mais velha do visconde de Dungannon. Foi educado em Eton e na Academia Militar em Angers, na França. Iniciou a sua carreira militar nos aquartelamentos do Regimento 73 na Inglaterra. O seu Regimento estava então deslocado na Índia e, em abril de 1790, tomou assento no Parlamento Irlandês, vindo a atingir o posto de tenente-coronel em 1793. Em Junho do ano seguinte, participou na mal sucedida invasão dos Países Baixos, sob o comando do duque de York.

Wellington interveio com êxito em diversos combates e acontecimentos importantes, todos relacionados com a defesa da posição do seu país na ordem política internacional do seu tempo. Assim, participou na luta da Grã-Bretanha contra o bloqueio continental, combatendo as tropas francesas em Portugal e na Espanha na Convenção de Sintra, na vitória do Buçaco e na Batalha de Salamanca. Combateu as tropas francesas em Portugal e na Espanha, e, em 1814, travou com Soult a batalha de Toulouse.



Enviado a Portugal em 1808, derrotou as tropas invasoras de Napoleão e, no ano seguinte, expulsou os franceses do país e recebeu o título de visconde. A casa onde habitou, na aldeia da Freineda, enquanto ajudava à defesa da fortaleza vizinha de Almeida, que fora invadida pelos franceses, foi cuidadosamente preservada e é a melhor testemunha da passagem do Duque de Wellington por Portugal.
Obteve o triunfo final na península ibérica em Vitória, Espanha, em 1814, o que lhe valeu o título de primeiro duque de Wellington.



A História de Portugal desde o início do reinado de D. Maria I em 1777 até ao fim das Guerras Liberais em 1834 engloba um período histórico complexo no qual inúmeros acontecimentos políticos e militares levaram ao fim do regime absolutista vigente em Portugal e a instauração de uma monarquia constitucional no país.



Em 1807, Napoleão Bonaparte ordenou a invasão de Portugal, e subsequentemente a Família Real procurou refúgio no Brasil. Esta seria, aliás, uma das causas da declaração da independência do Brasil pelo Infante D. Pedro em 1822, depois de uma revolução liberal em Portugal.
No acordar do século XIX, Portugal tentava manter-se num equilíbrio entre as potências da Grã-Bretanha (o mais antigo aliado de Portugal) e a França, optando por uma política de neutralidade, continuando no entanto a beneficiar do comércio com os dois. Contudo, a França estava ansiosa por quebrar a Aliança Luso-Britânica por forma a fechar os portos portugueses a comerciantes britânicos. Consequentemente os franceses, através de uma série de tratados diplomáticos (Santo Ildefonso, Fontainebleau) acordou uma invasão de Portugal com a Espanha (que estava também ansiosa por recuperar o território perdido em 1640 com a restauração da independência de Portugal com o fim da união ibérica). Em Janeiro de 1801 um ultimato com cinco pontos foi enviado para Lisboa pedindo que Portugal:


Abandonasse a sua aliança tradicional com a Grã-Bretanha, fechando-lhe os seus portos;



Abrisse os seus portos a Espanha e França;



Oferecesse um quarto de Portugal continental como garantia da devolução de ilhas espanholas nas mãos dos britânicos (Trindade, Minorca e Malta);



Pagasse uma indemnização de guerra a Espanha e França;



Revisse os seus limites fronteiriços com a Espanha.




Se Portugal não cumprisse estes cinco pontos, seria invadido por Espanha, ajudada por 15.000 soldados franceses. Portugal, obviamente, recusou cumprir o ultimato, e a guerra foi declarada.

Sob o comando de Jean-Andoche Junot, as tropas francesas entraram em Espanha a 18 de Outubro de 1807, atravessando a Península e chegando à fronteira portuguesa a 20 de Novembro. Sem encontrarem qualquer tipo de resistência, chegaram a Abrantes no dia 24, a Santarém a 28, e finalmente a Lisboa no dia 30. No dia anterior a família real e a corte haviam fugido para o Brasil, transportados em navios britânicos. Portugal havia sido deixado a uma Junta de Regência provisória com ordens para não resistir.




Um ano depois, uma força britânica comandada por Arthur Wellesley (futuro Duque de Wellington) desembarca em Portugal, avançado sobre Lisboa. Um exército anglo-português consegue derrotar os franceses nas batalhas de Roliça e Vimeiro, forçando a Convenção de Sintra. Os franceses foram autorizados a retirar-se do país levando consigo todo o produto dos seus saques feitos em Portugal. A Convenção beneficiava, assim, os dois lados, já que os francesas haviam perdido a sua capacidade de comunicação com Paris e os britânicos e portugueses ganhavam o controlo sobre Lisboa. Com o armistício, França ganhou algum tempo e haveria de invadir Portugal uma segunda vez.




Em muitas missivas Wellington esgrimia as soluções de guerra e estratégia. Na imagem abaixo, Alcochete era um ponto estratégico em Outubro de 1810. (Clique para ampliar)




The Dispatches of Field Marshal the Duke of Wellington, K. G. During His Various Campaigns in India, Denmark, Portugal, Spain, the Low Countries, and France: From 1799 to 1818
Por Arthur Wellesley Wellington
Compilado por John Gurwood
Publicado por J. Murray, 1834


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