19 maio 2006

Igreja Matriz (Parte 1)


Como é dada a conhecer:

"É um templo muito antigo construído sobre os alicerces de uma antiga mesquita, que sofreu remodelações desde os inícios do século XVI até 1943. Nas traseiras do edifício uma bela cruz de azulejos assinala uma data: 1678. Isto quererá dizer que a capela-mor foi reformada nesta altura. A fachada é gótica, gótico é também o portal e a rosácea. A torre sineira parece ser do século XVII devido ao tipo de coroamento que possui.
O interior é de três naves gótico-manuelinas. A capela-mor é do século XVII resultante, como já dissemos, da remodelação havida nesta época.
Tem as paredes cobertas parcialmente de azulejos azuis e brancos dos inícios do século XVIII e ainda outros padrões de variados tipos mudéjares de aresta e alguns da época manuelina. Outras capelas estão cobertas de azulejos setecentistas. Na Sacristia existe um belo exemplar de arcaz e duas pinturas flamengas sobre madeira do século XVI, provenientes da Ermida de Nossa Senhora dos Matos, que é um pequeno templo perdido no meio rural do termo da vila."

In página “Costa Azul”

Na verdade, a História ainda não concluiu:

"São ainda escassos os dados relativos às origens da vila de Alcochete. As suspeitas de uma fundação no período islâmico assentam sobretudo no próprio topónimo, reforçadas pela crença da existência de uma mesquita sob os alicerces da Igreja Matriz, actual templo de devoção ao culto de São João Baptista. Contudo, toda esta tese debate-se com a inexistência de bases seguras que comprovem a antiguidade, envolta sobretudo em crenças alimentadas por uma historiografia de forte teor nacionalista. Mesmo que ainda não tenham surgido provas concretas desta presença, cientes de que até podem nem surgir, há que ponderar e tomar uma posição bastante crítica sobre estas ideias fortemente influenciáveis para o erro. Paulo Almeida Fernandes, num texto sobre a Igreja Matriz de Alcochete, defende a necessidade de se “desmistificar a suposta identificação de uma mesquita sob os [seus] alicerces (…), pelo menos até que surjam indícios seguros (…)” (Fernandes, 2003, p. 14)."

Revista Portuguesa de Arqueologia. Volume 7. Número 1.2004, p.645-646

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